quarta-feira, 26 de setembro de 2007

José Suassuna Manoel de Souza - Escritor

O livro faz resgate da música paranaense, Manoel de Souza Neto garimpou a produção musical do Estado e reuniu 80 artigos em livro de mais de 700 páginas. Ttrabalho minucioso sobre a cena musical do Paraná toca em aspectos importantes como a proibição do fandango pelas elites. ReproduçãoLivro é o primeiro a desvendar a cultura musical paranaense. Durante 15 anos, o produtor cultural Manoel de Souza Neto percorreu os eventos musicais de Curitiba, reunindo material de grupos, bandas, duplas, pesquisadores e músicos que encontrava pela frente. A peregrinação rendeu um dos maiores acervos sobre a música paranaense já reunidos, composto tanto por discos como por histórias peculiares do cenário musical da cidade e do Estado. O resultado pode ser conferido no livro ''A (des) construção da música da cultura paranaense'', um catatau de mais de 700 páginas. No livro, a pesquisa do produtor serviu de base para organizar 80 artigos de 39 autores que traçam um panorama da música popular e erudita do Paraná. É a primeira obra lançada no sentido de desvendar os aspectos dessa área da cultura paranaense. A obra foi dividida em cinco longos capítulos: ''Histórias e Memórias''; ''Diversidade Musical''; ''Preservação e Memória''; ''Educação Musical'' e ''Questões Políticas, Econômicas e Sociais''. Não se trata, conforme ressalta o organizador, de um livro de história ou um almanaque, mas uma coletânea de textos que podem servir de base para o leitor realizar a sua própria conclusão sobre a cena musical do Estado e seus diversos gêneros. A idéia de organizar a coletânea surgiu há 10 anos, quando amigos de Manoel Neto chamaram a atenção do produtor para a quantidade de acervo que ele já tinha catalogado ao longo dos anos. O produtor, no entanto, decidiu reunir outras pesquisas que estavam sendo feitas sobre a música na tentativa de lançar um material ainda mais completo. ''O livro serve como pano de fundo para a história e a crítica da música paranaense'', analisa. Para o produtor, as diferentes visões abordadas no livro fazem com que a obra vá se construindo e descontruindo ao longo das páginas. E foi exatamente esse o critério o das visões diversas que levou Manoel Neto a escolher os autores, além de uma pesquisa abrangente e criteriosa desenvolvida por cada um deles. O livro traz a história da música no Estado desde 1600, até os dias atuais e mostra, segundo ressalta o organizador, que o cenário musical atual não passa de um reflexo da movimentação em torno do tema ao longo desses anos. A proibição do fandango ritmo típico do litoral paranaense pelas elites, por exemplo, mostra como o preconceito e as próprias questões econômicas podem abafar a proliferação dos gêneros. O desaparecimento de mais de 200 títulos de duplas sertanejas do Estado também é abordado no livro como uma questão a ser avaliada e recuperada. ''A (des) construção da música na cultura paranaense'' traz apresentação de Luiz Carlos Prestes Filho, herdeiro do militante Luiz Carlos Prestes. Ele é coordenador do Núcleo de Estudos de Economia da Cultura, na Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro e na contracapa do livro fala sobre a música como fator de desenvolvimento. A abordagem de Prestes ressalta como a pesquisa organizada por Manoel Neto pode ser de relevância cultural não apenas limitada ao Paraná, mas com abrangência em outros estados. ''Nossa intenção é de que o livro chegue a outras regiões, também'', salienta o organizador.

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